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Como se faz inovação na Europa, Coreia, Japão e Austrália

Na Coreia do Sul, um programa de acreditação de centros de P&D corporativos, liderado pela Korea Industrial Technology Association (KOITA), habilita as empresas a participar de programas de financiamento e receber incentivos fiscais para suas atividades de P&D. Tecnologias inovadoras têm preferência nas compras das estatais e valem pontos nos programas públicos de apoio à P&D. Há até um serviço militar alternativo pelo qual jovens pesquisadores tem aval do governo para trabalhar em centros de P&D, em vez de se alistarem nas forças armadas.

Exemplos como esses, que mostram os detalhes do sistema de inovação em um determinado país, estarão na pauta das apresentações do painel “Sistemas Nacionais de Inovação – Perspectivas Internacionais”, que será realizado durante a 14ª Conferência Anpei – evento que acontece de nos 28 de 29 de abril, no ExpoCenter Norte, em São Paulo.

O painel reunirá o secretário geral da European Industrial Research Management Association (EIRMA), Michel Judkiewicz; o vice-presidente executivo da KOITA, Ieehwan Kim; o diretor do Departamento de Cooperação Tecnológica da Japan Research Industries and Industrial Technology Association (JRIA), Yoshiaki Nakamura; e a presidente da Australasian Industrial Research Group (AIRG), Leonie Walsh.

Na Europa, Coreia, Japão e Austrália, essas entidades assumem o papel equivalente ao da Anpei – Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento – no Brasil, representando as empresas inovadoras em seus respectivos países. Todas pertencem ao World Federation of Industrial Research Associations (W-Fira), que congrega entidades do gênero no mundo.

Mapeamento – Segundo o secretario executivo da Anpei, Naldo Dantas, coordenador geral do evento, o objetivo deste painel é mapear a configuração dos sistemas nacionais de inovação competitivos internacionalmente. “Queremos refletir sobre os diferenciais de seus instrumentos de estímulo à inovação, como estão estruturados os ecossistemas empresarial e tecnológico, e seu impacto no empreendedorismo de base tecnológica”, afirma.

A EIRMA, por exemplo, reúne empresas de cerca de 20 países europeus. Um dos seus focos de atuação é promover o compartilhamento das melhores práticas em P,D&I. Atua em temas de interesse das companhias, como políticas públicas de apoio à inovação, desenho de estratégias de negócios e de mercado com base na inovação, processos de inovação, recursos humanos, gestão do conhecimento e gestão de propriedade intelectual.

Já a JRIA tem uma plataforma de interação e discussão com as empresas sobre como promover a inovação no Japão. A exemplo da Anpei organiza comitês para discutir temas de interesse dos associados. Um deles, o Commitee for Global Interchange, trata de aspectos relacionados à gestão e recursos humanos para desenvolvimento de atividades globais de P&D e interação com organizações europeias e americanas.

A AIRG, por sua vez, é o principal fórum para os stakeholders da Austrália e da Nova Zelândia no que se refere à inovação. Um de seus programas é focado na divulgação das melhores práticas para desenvolvimento de tecnologias, conceitos e metodologias.

“Mais do que mostrar como está estruturado o sistema de inovação nesses países, a proposta deste painel é ajudar as empresas brasileiras a conhecerem os caminhos das pedras para a internacionalização”, ressalta Naldo Dantas. “Para as empresas brasileiras, especialmente aquelas de base tecnológica, esperamos que as informações trazidas pelos palestrantes sejam um roteiro importante que possa utilizado em suas estratégias de internacionalização”, conclui.

Serviço: O painel “Sistemas Nacionais de Inovação – Perspectivas Internacionais” será realizado no dia 29 de abril, das 11h00 às 12h30. A programação completa do evento está disponível no site www.anpei.org.br/conferencia.