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Uma fábrica virtual que já rendeu 400 contratos comerciais

Uma fábrica virtual de calçados em 3D, semelhante a um game, que em três meses já gerou mais de 400 contatos comerciais e prospectou negócios potenciais no valor US$ 1,2 milhão. Este é o case de inovação que será apresentado pela Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), uma entidade sem fins lucrativos dedicada a pensar estrategicamente o setor, durante a 14ª Conferência Anpei, que realizada nos dias 28 e 29 de abril, no ExpoCenter Norte, em São Paulo. A fábrica virtual substitui em feiras internacionais do setor, a presença de física de máquinas e equipamentos para a fabricação de calçados. O case será apresentado na sessão temática Foco no Cliente, da Conferência.

Segundo Vinicius Fonte, gerente de projetos da Abramec, a fábrica virtual surgiu para contornar a burocracia e os custos de exposição de máquinas e equipamento para fabricação de calçado em feiras internacionais. “Para expor uma máquina numa feira do setor em outro país é preciso exportá-la e depois reimportá-la”, explica. “Isso é uma operação complicada e cara.” Com a nova ferramenta, os empresários interessados em adquirir uma dessas máquinas podem conhecê-la sem ter contato físico com ela, apenas vendo-a em 3D, num computador.” Na verdade, a fábrica virtual simula uma de verdade, com 21 equipamentos necessários para a produção de calçados, dividido por setores, como por exemplo, corte, preparação, costura e montagem.

Fonte explica que a fábrica virtual, que foi na Couromoda 2014, realizada em São Paulo, é um modelo, uma fábrica-conceito, cujas máquinas virtuais não são de uma marca específica. A ferramenta tem dois módulos, um para ser visto em computadores ou notebooks e outro para dispositivos móveis, como smartphones equipados com o sistema operacional Android. “No primeiro, é possível manipular um ambiente tridimensional, interagindo e observando em detalhes o tamanho das máquinas, seus movimentos e o processo de operação”, explica Fonte. Ou seja, é mais do que uma imagem ou fotografia dos equipamentos.

No segundo módulo, há simulações em 3D de equipamentos reais, de marcas específicas. “Nesse módulo, o usuário pode manipular cada uma das máquinas e obter suas informações técnicas e comerciais”, diz Fonte. “Na verdade, ele é um catálogo em 3D de máquinas e equipamentos produzidos no Brasil para a fabricação de calçados.” Ambos os módulos foram desenvolvidos de maneira que possam ser atualizados, com a inclusão de novos no mostruário, sem a necessidade de adoção de novas tecnologias para futuros upgrades.

De acordo com Fonte, o objetivo do projeto da fábrica virtual é ser um canal para demonstrar as tecnologias oferecidas pelas indústrias brasileiras de máquinas para calçados. “Ela possibilita aos fabricantes de calçados da América Latina, o público alvo, terem acesso a melhorias nos processos fabris, cuja utilização resultará em ganhos de produtividade e garantia de padronização na qualidade do produto”, explica. “Além disso, aumenta e consolida a presença da marca do setor brasileiro de equipametnos para a fabricação de calçados, no mercado externo. Dado a concorrência com outros mercados, a fábrica virtual vem possibilitando ao setor estar à frente na competição internacional.”

Além dos contatos e prospecção de negócios que gerou, a ferramenta possibilitou uma nova visão sobre a forma de expor, vender e demonstrar tecnologia. “A possibilidade de interação com a fábrica virtual chamou a atenção de empresários latinos americanos e serve como ponta pé inicial para que eles deem início a um processo de inovação em seus parques fabris”, diz Fonte. “O próximo passo é a criação do conceito de setores de uma fábrica de calçados. Dessa forma, será possível contemplar um numero maior de máquinas e avançar na forma de demonstrar e divulgar as tecnologias para fabricação de calçados.”